Mielopatia

A medula é composta pelos nervos que comandam nossos movimentos e sensibilidade; ela é formada assim com a coluna vertebral, por segmentos e cada região dela corresponde a uma área de atuação. Na medula, existem " estradas ", que descem do cérebro levando informações para os nervos periféricos e outras " estradas" que sobem, levando informações para o cérebro analisar e responder. É o caso das sensações de temperatura, tato, pressão, que nos protegem por exemplo de uma queimadura, de uma abrasão, de um esmagamento. 

A medula está contida dentro do canal vertebral, formado pela união das vértebras. Ela apresenta segmentos cervical, torácico, lombar, sacro e coccix. Dentro destes segmentos ainda existem subdivisões - são 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 vertebrais, 5 sacras e 4 peças coccígeas. Da cervical até a lombar, as vértebras tem um formato meio semelhante, mas as sacras e coccígeas, são vertebras fundidas e com aspecto peculiar. 

Na verdade, temos medula nas regiões cervical, torácica e início da lombar ( entre as 1ª e 2ª vértebras lombares); a partir da 2ª ou 3ª vértebra lombar, passamos a ter os nervos soltos, que lembram uma cauda de cavalo e porisso o conjunto deles é chamado de cauda equina.

Assim, dependendo do segmento da medula que está alterado, um sintoma específico.

É muito comum no dia-a-dia do especialista em coluna, encontrarmos uma condição chamada mielopatia cervical. Nela, pela compressão da medula cervical, ocorrem alterações que podem levar a diversos sinais e sintomas, sendo os mais comuns, a alteração progressiva da marcha, um enrijecimento nos braços e pernas, disfunção para urinar, evacuar e até disfunção sexual ( principalmente no homem). Em alguns casos, o paciente sente choques, que descem pela coluna e apresentam movimentos espontâneos principalmente nas pernas ( como se fosse um susto).

As causas da mielopatia são diversas: trauma, tumores, infecções, malformações congênitas, mas a principal, é a degenerativa, pelo desgaste que a coluna vai sofrendo ao longo da vida.

É muito comum vermos pacientes idosos com a mielopatia e também trabalhadores braçais ( justamente pelo esforço sobre a coluna).